autolimpante


Há cigarros.
Muitos cigarros.
Mais de mil cigarros.
Todos dentro de sacos plásticos.
E como há sacos plásticos por aqui...
Há carros de todas as cores.
Os carros estão abarrotados
de gente suja e de filantropia
As pessoas carregam sacos plásticos
cheios de cigarro.

Chamaram Deus para resolver a equação,
mas havia muitas incógnitas.

Incógnito sou eu,
escondido por trás das cortinas.
O mundo seria um teatro?
Não conheço muitos atores...

Conheço gente que lota ônibus
que fede a cigarros e plástico queimado
Gente que sua sangue poluído
de asfalto e de filas de banco.

Conheço gente que canta a canção urbana
gente que mora no sétimo andar
e implora para o anjo bom
aconselhar no ouvido esquerdo 
que não se deve pular.

Incógnitos são os poetas.
O mundo tão risonho,
lotado de cigarros 
plástico e fumaça dos ônibus.
O mundo crescendo tanto para cima
e os poetas,
ah, os poetas
Estes crescem para dentro de si
devoram seus próprios corações
e acham que sabem de tudo

no fim das contas,
vão na rodoviária,
fumam mil cigarros, 
os jogam em sacos plásticos 
e saem a fumaçar.
Então eu fico na minha, 
pensando com meus botões.
Queimando meus neurônios
antes que os joguem num saco plástico.

Ode à amada



Meu coração
Por ti se apaixonou
E de repente a paixão
Se acabou

Meu coração
Dos mares fez luares
Das magoas fez flores

Para seu amor
Fazer da paixão
O mais belo jardim

Eu fiz o que pude
Para te fazer feliz
Mas de repente
Minhas rosas morrem

Meu campo vira cerragem
Meu coração vive febril
Se tu me não me amas
O amor meu devia se acabar

Mas pelo contrario
Ele persiste cegamente
A amar quem não me ama
Por quê?