Subsolistas

Nina Guimarães
a alienígena acompanhada de longe.


Eu não quero sair daqui.
Talvez não seja a pessoa certa pra falar de mim, já que nem sei quem é essa garota que o reflexo do espelho insiste em esconder. Esconder as lágrimas, os cortes e as farpas por trás de uma máscara onde um sorriso falso reside. Talvez eu tenha, de vero, erguido um muro ao meu redor. Mas quando se tem uma fortaleza, não se sabe o que há por trás dos muros. E se lá não se chega, lá não se fere.
Não tente passar dos portões.
De fora, não se pode ver nada, além dos muros depois da colina e, no alto, perto da última torre de defesa, um balão negro paira para amaldiçoar os visitantes.

As passagens pra cá só se dão pelo subsolo.


O que me faz querer fazer parte disso? Só não quero o júri que a supérflua superfície propicia. O Sol é pra quem não sabe enxergar no escuro.
Mas quando se vive entocado, no obscuro de um silêncio torturante, se aprende a ver, ouvir e a pensar; mas só se fala aos que merecem. Eu não quero a luz. De cima, só vejo o medo que escorre com a água das chuvas que para nesses bueiros.





Emanuel Madeira
Astros Sinestésicos


Me chamo Emanuel e faço poesias para poder falar com mais liberdade tudo o que sinto, pois tem certas vezes, que palavras dizem mais que ações.Lembrando o que Ferreira Gullar disse, a arte existe pois a vida não basta, e eu acredito inteiramente nesta forte frase.




Fernanda Tasca
A Senhorita Belo.


Heitor Caban
O que faz o chá.


A glicose que corre por meu sangue é a mesma que desce até o fundo da xícara do chá. O mau vem até mim e desce até meus mais profundos oceanos, e se perde em meio ao meu próprio eu. Um pouco resta-me de maldade no fundo. Não quero mais falar sobre mim, já falo besteira demais.


Eu não tenho blogs.


Letícia Vieira
A que desconsidera.


Leticia, 17 anos, de Joinville, Santa Catarina. Estudante de Produção Multimídia, aprendiz da vida, das dores e da alegria. Metade de tudo, buscando uma outra abordagem de sonho, um começo, um fio desencapado. Morando no subsolo por tempo indeterminado, esperando a luz.


http://desconsiderei.blogspot.com/





Mariana Neves
A das nuvens.
Chamo-me Mariana Neves, e sou de João Pessoa, Paraíba.
Na vida, é preciso sujeitar-se a definições, mesmo que com o tempo tornem-se inválidas. Bem, de uma coisa eu sei, vivo uma transformação. As palavras são instrumentos fiéis nesse eterno moldar de personalidade, no ciclo evolutivo do qual fazemos parte desde o nascimento. E os sentimentos são as sementes que germinam e fazem brotar a arte.
O que me faz querer fazer parte disto? Prefiro viver no subsolo, onde a verdade se estampa sem restrições, do que estar exposta a hipocrisia corrosiva do mundo exterior.







Clouds: http://mysteriesclouds.blogspot.com/ 

(In)Comum: http://euincomum.blogspot.com/ 


João Krustin
O rudimentar.


Natal, RN.


É um grande mentiroso quando escreve. Evoluiu com o tempo e agora tem uma personalidade digna de um subsolista. Foi o mentor de tudo, mas isso não o torna superior. Tem síndrome de inferioridade e odeia escrever em terceira pessoa. Um macaco num mundo de humanos.


O que me faz querer fazer parte disso? Eu prefiro viver no subsolo porque aqui ainda não existem lojas de máscaras e eu posso andar despido sem que ninguém me tarje.


http://rudimentarium.blogspot.com/