Estou no meio da guerra dos porcos
e não tenho lado para defender
nem bandeira para hastear.
Talvez pensem que sou a trincheira
ou as armas de um dos lados
mas eu não sou nada
por enquanto
As lavadeiras do rio foram substituídas
por máquinas de lavar
e eu vejo nos varais
os cérebros secando
Cheio de mordaças
entulhado de amarras
eu não tenho alternativas
a não ser
não ser nada
Com uma marreta
destruindo os muros
e correndo na minha roda
na minha gaiola
pra ver o mundo girar
Como peões num xadrez dantesco
Controlados e manjados por deuses fracos
os jogadores do meu tempo são ruins
Nós temos que fazer nosso xeque-mate
Mas como faremos
se não somos nada?
Eu não sou nada
mas só por enquanto
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